ZAQUEU O HOMEM PROBLEMÁTICO (Lc.19:1-10)

15/07/2014 08:42

 

Zaqueu era uma pessoa que sentia raiva com muita facilidade; alguem que se irritava facilmente: um homem que sempre causavam muitos problemas; tanto para ele como para sua família.

            Pela posição e pelo cargo que exercia, era considerado um homem cruel com a sociedade.  Ele não tinha compaixão das pessoas, era rude, de uma língua ferina.  Os que não pagavam os seus impostos, eram oprimidos por causa da intolerância de Zaqueu.  Ele cobrava os impostos mais do que o necessário, não tinha piedade daqueles que eram pobres e sem condições financeiras para pagar o que lhes eram cobrados.

            Roma cobrava certo valor de impostos, mais Zaqueu, alem do que Roma exigia, cobrava um valor muito acima do necessário e o que passava ficava para ele.  Com isso, ele tirava o sustento de famílias pobres, para enriquecer-se.  Quando alguém não tinha o dinheiro do imposto, ele pegava objetos de valores para seu próprio tesouro.  É por este motivo que vemos Zaqueu, depois de transformado dizendo a Jesus: “Senhor, resolvo dar aos pobres, metade dos meus bens...”  (Lc.19:8).  O Espírito do Senhor na vida de Zaqueu o revelou que aquilo que ele possuía não era seu, mais dos pobres que ele tinha roubado.  O que Zaqueu fez foi devolver.

            Isso nos mostra que a presença de Jesus em nossa vida tem muito mais valor do que qualquer riqueza que possuímos.  Zaqueu só conseguiu ver isso quando esteve diante de Jesus.

 

            Por causa de sua obstinação e seu otimismo, ele chegou a ser um dos maiorais dos publicanos, ganhando respeito e consideração dos demais, por causa de suas ideias e projetos que eram realizados.

            Mesmo sendo um homem cruel, tinha também seu lado extrovertido. Vemos isso quando ele sobe em uma árvore para ver Jesus. (Lc.19:4).  Muitos, naquela ocasião deve ter achado engraçado, vendo um homem de uma posição tão elevada subindo em uma árvore para ver Jesus. Alguém que a sociedade o considerava como ladrão, traidor, agora querendo ver Jesus, estando no meio das pessoas. Só alguém extrovertido, para fazer algo assim.

            Imagino que ele deva ter ficado irritado em ver o povo rindo dele, porque uma pessoa colérica, mesmo que seja extrovertida, logo muda de opinião e ao mesmo tempo prefere estar sozinha, mas ele permaneceu ali até Jesus vê-lo e mandar descer. “Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse: Zaqueu desce depressa, pois me convém ficar hoje em sua casa”. (Lc.19:5).

            Podemos ver em Zaqueu um homem bem sucedido, que financeiramente e materialmente, não lhe faltava nada.  A própria Bíblia diz que ele era rico (Lc.19:2).  Talvez, sua casa fosse uma das melhores da cidade de Jericó. Andava muito bem vestido. Tinha de tudo, mais lhe faltava algo que sua riqueza não podia comprar; paz de espírito e salvação. Por ele ser audacioso foi em busca do que precisava. Foi em busca de Jesus.  Enfrentou a multidão, as dificuldades, o problema de estatura e conseguiu.  O próprio Senhor Jesus testemunhou a conquista de Zaqueu ao dizer:  “Hoje houve salvação nesta casa...”(Lc.19:9).

 

FORÇA DE VONTADE

            Podemos observar a força de vontade em Zaqueu quando ele passa por cima do seu orgulho, sua fama e sobe naquela árvore.  Isso fez dele um homem de muito sucesso porque encontrou a maior riqueza que lhe faltava.

            Essa força de vontade fez de Zaqueu uma pessoa dinâmica e marcante, tanto que até hoje se fala da atitude dele.  Com certeza, Jesus deixou uma grande responsabilidade para Zaqueu cumprir; Falar para seus outros amigos publicanos sobre a salvação e o reino dos céus.  Não encontramos relato na Bíblia de que Zaqueu tornou-se um seguidor de Cristo como os discípulos, mas provavelmente ele deve ter voltado ao seu trabalho, só que agora com a responsabilidade de ensinar os seus amigos.

 

            Zaqueu era uma pessoa agressiva e que não aceitava a desistência de alguém. Ele sabia que o que fazia com os moradores daquela cidade era errado, mais não desistia, era firme no seu propósito. Tinha um sério problema com sua agressividade, pois o deixava irritado com as pessoas a ponto de maltratá-las. Zaqueu teria de reconhecer que sua agressividade era pecado aos olhos de Deus.

            Ele não se preocupou com sua pessoa nem com o que iram falar dele quando Jesus entrou em sua casa. Por causa de sua autossuficiência ele estava acostumado a ficar só.  Talvez pelo povo o considerar um traidor ou um ladrão, Zaqueu estava acostumado com a vida de solidão.  Não que ele evitava as pessoas, mais preferia viver assim.  Se fosse um melancólico, iria pensar: “o que vão dizer de mim? Vou perder meus amigos!” Ele não se preocupou com isso.  Esse espírito de autossuficiência limitou o efeito colérico em Zaqueu que acabou cedendo ao poder transformador do Espírito Santo.

 

            Por lidar com negócios, as suas decisões tinha que ser tomadas de uma maneira utilitária, pois seus negócios precisavam crescer. E ele usava uma forma pratica para adquirir suas riquezas. Devido a suas ocupações e a preocupação com seus bens, para ele era uma dificuldade muito grande passar um tempo em sua casa, divertir com sua família.  Talvez tenha sido por este motivo que Jesus disse: “Desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa” (Lc.19:5).

Ele estava disposto trabalhar até a morte a fim de prover, dos melhores benefícios materiais, só que sua família vinha em segundo plano. Faltava o amor e a convivência com eles e Jesus promoveu isso a Zaqueu no dia que ficou na casa dele.

 

Segundo Tim LaHaye, um colérico nasce com o dom de fazer campanha. “Ser líder de campanha”. Quando observam injustiças sociais, não só ficam comovidos, como reagem imediatamente.

Podemos ver isso em Zaqueu quando viu a injustiça que estava fazendo com o povo.  De imediato disse: “Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”. (Lc.19:8).  Veja que Zaqueu disse algo sem pensar, por que queria ser diferente às opiniões dos outros.  Suas decisões eram praticas, tudo calculado e em um ato inesperado resolve repartir o que tem.

 

 

A TRANSFORMAÇÃO DE ZAQUEU

A obediência instantânea de Zaqueu depois que se converte a Cristo poderia ser previsível, porque os coléricos tendem a ser decisivo.  Vemos em Zaqueu o mesmo espírito que houve na igreja primitiva.  “Vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade”. (At.2:45).  

Ele sendo transformado pelo Espírito Santo começou ter sentimentos que antes não tinha. Vemos a primeira característica do Espírito na vida de Zaqueu a qual é o “AMOR”.  Um homem agressivo, astucioso, demonstrando “Amor” para com o próximo.  Com certeza seria muito difícil para ele expressar esse sentimento, pois ele não era nada emotivo e era desprovido de sentimentos.

Agora ele, reparte os seus bens, restitui as pessoas, atos de um verdadeiro amor.  Vemos Zaqueu “sendo paciencioso, não se conduzindo inconvenientemente, não procurando os seus próprios interesses, não se ressentindo com o mal, não se alegrando com a injustiça, e regozijando com a verdade. (I Co.13:4 e 6).”

 

A paz que Zaqueu estava experimentando agora, era uma paz interior, a paz de espírito, a paz do coração.  O Espírito Santo modificou Zaqueu de tal forma que ele veio compreender que sua riqueza não lhe trazia paz, ele pode ver que a verdadeira riqueza estava em ter paz uns com os outros. “Se possível, quando depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm.12:18).

 

Outro sentimento que Zaqueu passou a conhecer foi a “BONDADE”. Imagine um homem como ele, obstinado, intolerante, sarcástico como era, agora sendo atencioso, bondoso, considerando as pessoas.  Essa qualidade prove de um coração compassivo que só pode ser moldado pelo Espírito Santo.

Creio que Zaqueu passou a ser admirado por todos.  Gentil com sua esposa e bondoso com sua família.  Com certeza ele agora ouvia sua esposa, brincava com os filhos.  Passou a cuidar de sua casa com sabedoria e discernimento. “Maridos, vivei a vida comum do lar com discernimento; e tende consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompa as vossas orações”. (I Pe.3:7).  

 

Outra mudança bastante visível é a “FÉ”.  Para Zaqueu que acreditava em si mesmo, colocar sua fé em outra pessoa seria impossível descansar.  Seria o mesmo que colocar seus negócios na mão de uma pessoa que não entendia do assunto.  Confiar em Jesus para ele seria assim. 

Jesus ensinou que devemos ajuntar tesouro no céu, porque lá a traça e a ferrugem não corroem. (Mt.6:19-21). Para Zaqueu acreditar nisto, só pelo Espírito Santo, mais com o coração transformado ele repartia os seus bens crendo que estava ajuntando esse tesouro que Jesus falou.  Essa fé vem do conhecimento da palavra de Deus e do Espírito Santo.

 

Com essas atitudes, Zaqueu talvez passasse a ser admirado por todos. O que ele sempre sonhou ser reconhecido, admirado, quem sabe pela sua esposa, filho, agora ele vê acontecendo. Ele poderia ter tirado proveito de tudo isso, mais controlado pelo Espírito Santo, se esforçou ao máximo para ser “HUMILDE”.

Quando Zaqueu tomou essa decisão, muita coisa aconteceu. Ele corria o risco de perder sua profissão ou de ser considerado traidor pelos romanos, mais acredito que Zaqueu estava disposto a fazer tudo de forma justa. “Dar a Cesar o que era de Cesar e a Deus o que era de Deus”. (Mt.22:21).

Com isso Zaqueu pode desfrutar de uma vida totalmente transformada pelo Espírito Santo.

 

Ângelo Pedro Depintor


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