ONÉSIMO UM ESCRAVO TRANSFORMADO (Fm.1)

15/07/2014 08:58

 

 

            Analisando a vida de Onésimo, observamos o seguinte temperamento.  Por ser ele um escravo, imagino que seu temperamento era “Sanguíneo”.  Provavelmente havia no coração de Onésimo uma esperança de liberdade.  Ele teve uma atitude indisciplinada ao roubar  algo do seu senhor. Agiu pelo impulso sem medir as consequências que aquele ato poderia trazer.  Imagino que ele esqueceu que era um escravo e deve ter esquecido também, da sentença da lei, que condenava a morte um escravo quando roubava algo do seu senhor.

            Por ele ser um bom companheiro, talvez simpático com seus amigos de senzala, brincalhão e não levar as coisas a sério, foi tentado pelos amigos a fazer o que não devia.  O Sanguíneo, por ser um pouco exagerado, ele acaba entusiasmando com momento que seus amigos incentivam a determinados atos, mesmo sendo algo errado.

            Creio que ele gostava de sobressair aos companheiros e por isso não resistiu à tentação, ainda mais, quando pressionado pelos amigos.

            Talvez Onésimo estivesse entediado com o que fazia ou com o que era, e decidiu cometer o pecado do furto, que para ele não foi nada difícil.  Depois que pecou contra o seu senhor, se arrependeu, e o medo o fez  fugir.

            Uma pessoa sanguínea acaba deixando seu lugar de segurança para ir em busca de aventura.  Onésimo teve que deixar a casa onde ele tinha segurança e conforto para viver em lugares desconhecidos, sabendo que seu senhor, quando o encontrasse iria mata-lo. 

            Observamos que no momento em que foi corajoso para pegar o que não era seu, foi medroso o suficiente para fugir do problema que ele mesmo havia arrumado.

            Durante todo o tempo que esteve como fugitivo, ficou preso ao ato que havia cometido. Com certeza isso o torturava constantemente a ponto de traumatizá-lo.

 

A TRANSFORMAÇÃO

            Depois de muita tentativa em fugir, tentando esquecer o que havia feito, ele encontra Paulo que falando do amor de Jesus e do perdão de Deus deve ter dito a ele que todos pecaram. “Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus” (Rm.3:23).

            Onésimo sendo agora cristão começa ter sua vida transformada pelo poder do Espírito Santo.  É agora uma pessoa confiante, segura, consegue ter domínio próprio para controlar o medo, a ansiedade.  Ele passa ser uma pessoa disciplinada e muito usada por Deus a ponto de Paulo testemunhar a seu respeito à Filemom dizendo: “Ele, antes, te foi inútil; atualmente, porem, é útil, a ti e a mim.”  (Fm.11).

O temperamento sanguíneo o fez obedecer ao que Paulo estava mandando. Talvez ele pensasse: “Meu senhor quer me matar, mas sobre a recomendação de Paulo eu vou voltar”.  Com certeza, alguns irmãos tentaram mudar de ideia, mais ele foi decidido em voltar.

            Onésimo foi um pouco interesseiro quando Paulo recomendou-o à Filemom.  (Um dos temperamentos do sanguíneo).  Provavelmente ele estava interessado na sua liberdade por completo e no perdão do seu ex-patrão.   Ele precisava agora ter a personalidade de um fleumático para voltar. Precisava ser um homem responsável, pois corria o risco de cometer o mesmo erro do passado.  Ele estaria no mesmo lugar que tinha cometido o erro que lhe deu a sentença de morte.

Imagino que, por mais que ele pedisse perdão, sempre iria ficar a desconfiança.  Enquanto Filemom não tivesse a plena certeza do agir transformador do Espírito Santo em Onésimo. Não se pode confiar em um sanguíneo e pior, nem ele confia em si mesmo.

Onésimo, transformado pelo Espírito Santo, não estava tenso nem temeroso a encontrar com Filemom.  Ele estava cheio de paz porque sabia que o Espírito Santo desejava o melhor para ele.

 

O ENCONTRO DE ONÉSIMO E FILEMOM

            Esse momento era para deixar Onésimo apreensivo, com medo, inseguro,  sendo transformado pelo Espírito Santo, ele está agora calmo, tranquilo, sabendo que Deus está à frente.  Provavelmente, Onésimo, ao chegar diante de Filemom, se coloca como a um homem que tem uma sentença sobre suas costas e não como alguém que tenta se justificar.  Ele estava disposto a fazer o que seu senhor lhe impusesse.

            Quando Onésimo foi interrogado por Filemom, ele tinha a mente aberta para falar a verdade e tinha também à certeza de que agora ele estava inocentado diante de Deus e que ninguém poderia condená-lo.  (Rm.8:1) “Agora, pois, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”.

            Provavelmente Filemom depois de ter dirigido um interrogatório do tipo: “Por que você voltou para está casa? Você não tem medo de eu te matar?”  Perguntas que qualquer um de nós faríamos.  Creio que Onésimo deve ter respondido: “É preciso obedecer antes a Deus do que ao homem”  (At.5:29).

            Filemom talvez dissesse: “Você me roubou uma vez, poderá roubar novamente?” Onésimo respondeu: “A graça de Deus me basta porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza...”  (II Co.12:9).  O recurso Divino o capacitou a responder de forma pacifica.   O temperamento sanguíneo talvez o levasse a pensar: “Ele não tem direito de me interrogar assim! Ele não pode me tratar desta maneira!”  Mas, cheio do Espírito Santo, ele respondeu de maneira sábia.

            Onésimo poderia ter saído da presença de Filemom, reclamando, murmurando, ou até criticando, mas como estava transformado pelo Espírito Santo, sentiu-se alegre e feliz por ter sido perdoado e ter uma nova oportunidade. 

 

ONÉSIMO COM OS OUTROS ESCRAVOS

O fato de Onésimo ser um escravo e ter o temperamento sanguíneo, ao voltar para o meio de seus companheiros, ele poderiam ter um ataque de raiva e fazer o maior escândalo.  Principalmente com aqueles que o incentivaram a roubar, mas sua reação foi diferente.  Ele estava agora preocupado com a transformação de seus companheiros, com a casa de seu senhor e o bem-estar de todos.

            Em vez de uma reação sanguínea que seria ser severo, ralhar com as pessoas, ele começou a explicar o que tinha acontecido e a importância de ser honesto e justo.

 

            Através da explicação de Onésimo sobre Jesus e o perdão de Deus, seus amigos escravos pode entender que existe um Deus que os ama e que se importa com eles.  Que os considerava e os amava, assim como amava os seus senhores.  Onésimo os ensino que para Deus não havia diferença de cor, raça e nacionalidade.  Porque somos um só em Cristo.  (Gl.3:28-29) “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem livre; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiro segundo a promessa”.

            Imagine agora o avivamento que houve dentro da casa de Filemom quando os escravos ouviram estas palavras. Com certeza, todo ódio que aqueles homens traziam guardado dentro de si, toda mágoa que eles sentiam do seu senhor, foi caído por terra. Onésimo lhes falou que eles tinham a mesma promessa de salvação, como seu senhor.  Ele não podia pregar outro Evangelho que fosse alem deste, pois seria anátema (maldição). (Gl.1:8).

            Ao invés de causar discórdia e contendas entre aqueles homens, ele levou uma palavra que lhes de esperança e paz.  Ele foi à chave para uma mudança naquela casa.   Provavelmente a gloria daquela casa foi muito maior do que a primeira.  Por isso que Paulo disse a Filemom que Onésimo lhe seria útil.

            Tudo isso foi possível por causa da transformação na vida de Onésimo.

 

Ângelo Pedro Depintor