A MULHER PECADORA (Lc.7:36-50)

15/07/2014 08:31

 

Em certa ocasião Jesus foi convidado para estar na casa de um fariseu.  Cansado da viagem Jesus toma lugar a mesa para jantar quando é surpreendido por uma cena que comoveu seu coração.   uma mulher daquela região, considerada por todos como ma pecadora, chega até aquela mesa e começa molhar os pés do Mestre com suas lagrimas e enxugá-los com seu cabelo.  Beija os pés de Jesus e unge com um balsamo caríssimo.  O fariseu fica espantado com aquela mulher porque entrou em sua casa sem ser convidada.

Vamos olhar para o que acontecia com aquela mulher.

 

Ela era uma mulher que carregava consigo mesma um estado de tristeza intensa, marcado pelo sentimento de dor moral que caracterizava no que ela fazia.

Era uma mulher que tinha um temperamento melancólico.  Creio que havia nela um sentimento de complexo de inferioridade o qual a levou a uma vida de pecado.  Provavelmente ela deve ter encontrado em si um pessimismo que a levou pensar que jamais seria feliz.  Ela se realizava com a realização alheia.  Todos que olhavam para ela a condenava como imunda.  Todos esses tipos de comentários geravam dentro do coração dela um mal-humor que a irritava, mas ela se via na necessidade de sobrevivência.  Colocavam em primeiro lugar os seus interesses e sua necessidade.

Pelo fato de ser uma pecadora, não quer dizer que ela tinha prazer no que fazia, mas talvez era o que ela sabia fazer de melhor.  Ela dirigiu mal a sua vida para conseguir seus benefícios. 

Ela pensava que ninguém se importava com ela, ninguém reconhecia o que ela fazia. Ela sabia que era errado, mas não conseguia sair da vida que vivia.  Quantas pessoas talvez dizia a ela para sair daquela vida e ela não conseguia.  Talvez pelas criticas que ela mesma fazia a ela era maior do que o desejo de abandonar a vida de pecado.  Quando pensava em deixar sua velha vida, dizia: “O que eu vou fazer, não sei fazer outra coisa a não ser isso”. Recuava  diante da ideia de viver uma vida diferente.

 

Imagino que quando ela pensava em deixar aquela vida pensava: “As pessoas não vão dar credito a mim, eles me conhecem como uma pecadora! Nunca vão me olhar como uma pessoa normal”. Ela sempre alegava a ignorância das pessoas como uma desculpa para não sair daquela vida.  Ela pensava: “Ninguém vai acreditar que eu mudei que não sou mais uma pecadora!”  O medo de ser rejeitada pela sociedade assombrava o coração daquela mulher.  Talvez ela se via ofendida por algumas pessoas e o sentimento de ira levava a agredir com palavras aqueles que estavam em sua volta.

Quantas vezes ela sonhava com uma vida digna, ser honrada, valorizada por alguém e isso era impossível à ela.  Sentia-se vergonha de si mesma.  Seu jeito inflexível impedia de mudar. A amargura que ela tinha na alma a tornava infeliz.

Aquela raiva profunda que ela sentia pela vida que ela vivia, causava mal a sua saúde e a deixava irritada com todas as coisas.  Imagino que ela se sentia autopiedade de si. Ao mesmo tempo em que era carinhosa e amorosa com as pessoas, tinha raiva de si mesma por ser o que era.  Ela se sentia tão sobrecarregada, talvez com a infelicidade, que tenha pensado varias vezes em morrer.  Para esta mulher, ela iria morrer assim, uma pecadora.  Ela só precisava de alguém que a valorizasse.

 

 

A TRANSFORMAÇÃO

 

O ser humano só consegue abandonar a vida de pecado quando reconhece que Jesus é em sua vida.  Quando a mulher pecadora foi tocada pelo Espírito Santo, fez coisas que surpreendeu ela mesma.

A primeira coisa que faz é entrar na casa do fariseu sem ser convidada.  Ela venceu o seu complexo de inferioridade, venceu o seu orgulho, venceu a vergonha e deu o primeiro passo para uma transformação completa em sua vida.

Talvez pela primeira vez ela tenha feito algo que realizasse ela mesma.  Ao invés de querer ser adorada pelos homens, ela começa agora a adorar a Jesus. 

Esqueceu quem ela era.  Abandonou a vida de pecado que era a fonte de seu sustento. Não se importou com aquilo que iriam falar dela.

Essa adoração foi sem palavras, expressou o que havia dentro de si. Demonstrou ali a dor profunda pela ofensa que tinha cometido contra Deus.  Um verdadeiro arrependimento através de suas lagrimas.  Um coração humilde e cheio de fé.

No momento que reconhecemos a gravidade dos nossos pecados, aumenta o amor para com Jesus.

Ela começou agora andar de cabeça erguida, pois tinha certeza que foi perdoado os seus pecados.   A devoção dela foi crescendo a cada dia que começou a seguir Jesus.

Deus não usa homens e mulheres perfeitos porque não existem, mais transforma todo aquele que se dispõe e confia nele.

 

 

Ângelo Pedro Depintor